8.4.11

AO RELENTO





Luzindo ao relento
assim os olhos e o sono.

Assim a língua e o amor
a entoar no pensamento.

J. Alberto de Oliveira

O PENSAMENTO EM SANGUE






Quando ela acendia o lume
a sua mão tremia.

Um feixe de vento negro
e canhestro

abria-lhe na alma
o pensamento em sangue.

Era a lembrança a provir
do gume ávido e rude.

Cortes vivos nela doíam.

J. Aberto de Oliveira

7.4.11

NO HAUSTO DAS FONTES





Amar o silêncio
no hausto das fontes.

Arrebatar ao luar
a furtiva cadência

de frases
cheias de relento.

Transpor o sentido
literal do sono

soletrando os nomes
da água e do fogo.

J. Alberto de Oliveira