19.3.13

NAS DOBRAS DO SILÊNCIO

 



Como se diz num só verso
o fluir do silêncio

quando é noite e me perco?

Que segredo há nos olhos
que em seu natural me tocam?

Como se diz em pensamento

a curva da mão
quando me levas à boca

o luar de leite com mel e pão?
 
J. Alberto de Oliveira

NOME E FLOR





Quando as folhas altas em contraluz
amanheciam do sono para o dia

eu desci a escada para te dar o nome
equivalente à flor a haver no jardim.

Dei-te primeiro o nome e depois a flor
quase a luzir de nudez e penumbra.

Com a leveza do ar recebeste a flor
apurando-a com o seu próprio fogo.

Para um anel de nubilíssimo júbilo
ajustemos agora o nome à flor.

J. Alberto de Oliveira