Era
uma vez um poeta que escrevia como ele próprio foi ao princípio.
Gostava das palavras certas e das rimas
bem timbradas, porque as sentia muito próximas das cantigas nos bailes da
aldeia.
Muitas vezes dizia à sua amada estes
versos em forma de quadra simples:
Eu
tenho cinco balões
Nos
cinco dedos da mão.
São
do vento e da vida.
São
jóias do coração.
Um dia a companheira desafiou o amado:
– Para que os balões não baloicem apenas
nos teus dedos, queres que os solte? Vamos deixá-los subir?
– Agora não. Espera pelo fim de mim.
J. Alberto de Oliveira