Não tenho biografia.
Eu sou um dia após dias e dias
intemporais. Ou talvez a memória apenas de mim
próprio, A memória donde vim e
para onde vou.
Uma vez alguém me perguntou:
- Por que é que tu és poeta?
Respondi:
- Não sei. Vai interrogar os meus
ancestrais que já partiram para a eternidade.
E no outro dia escrevi:
“Quando saio de mim levo sempre uma trouxa de imagens e lembranças às costas.
Assim vou trocando um ror de coisas por alguns poemas".
J. Alberto de Oliveira