9.6.23

A NOSSA FORTUNA


Em Camões era tudo uma síntese ardente.

Tudo se tornava engenho e arte quando falava,

quando escrevia, quando imaginava, quando amava.

 

O Poeta raramente deixou um mote sem resposta.

Com palavras e rimas desejava o mais alto,

apreendia os efeitos do amor cego.

 

Entre desatinos, enganos e desvarios

nunca soberbo foi seu pensamento.

 

De cor sabia as sílabas necessárias à lusa pronúncia.

O prazer do texto camoniano é a nossa fortuna.

J. Alberto de Oliveira