11.2.18

NASCER COM VERTIGENS





Quase todos nascemos com vertigens de qualquer coisa.
Vertigens do sossego ou do desassossego;
da música ou do ruído.
Vertigens da política ou da guerra;
do divino ou do dinheiro.
Vertigens do silêncio ou do poema;
do eterno ou da finitude.
Vertigens de orgias ou da ascese.
Quase todos nascemos com influências
de anjos ou demónios.
Porém, muito simples e naturalmente há quem nasça
com vertigens de nada.

J. Alberto de Oliveira