1.9.25

HOMENAGEM



 


POR VEREDAS E BALDIOS

                                                              para L. Lamas

 

Por veredas e baldios de outrora

o sentido era voltar sempre a ti mesmo.

 

Dizendo de outro modo:

 

era tudo uma inspiração lunar

de segredos deixados na memória.

J. Alberto de Oliveira


18.8.25

QUANDO OIÇO AS GAIVOTAS


 

Quando oiço as gaivotas

sei que me trazem do mar

a ciência mais antiga e preciosa.

 

Como quase todos os pássaros

as gaivotas não aprendem a mentir

nem gostam de estar sós.

J. Alberto de Oliveira


10.7.25

CITANDO MANUEL ANTÓNIO PINA



 


Há cada vez mais e mais

palavras vazias.

 

Palavras em abundância

a proclamar

os extremos de tudo.

 

Silêncio.

Ainda não é o princípio

 

nem o fim do mundo.

 

Calma.

É apenas um pouco tarde.

J. Alberto de Oliveira




26.6.25

RETRATO DA ALÍCIA



Fina e preclara de tão imaginativa   

aprende a ler a palavra em folhas nuas.  

 

Coincide com as ideias do ar mais puro

e fala com o vento que passa entre poemas.

 

Sustenta a luz que vem de algures

e brilha quando se inspira no silêncio.

 

Fina e preclara de tão imaginativa

hei-de soletrá-la o resto da vida.

J. Alberto de Oliveira

 

4.5.25

UMA ESPÉCIE DE HAIKU


 

As aves mais pequenas

inspiram a macieira em flor:

fala a primavera.

 J. Alberto de Oliveira


20.4.25

LUAR E PERGUNTAS


 

No mais pequeno recanto da alma

tenho um canteiro de luar e perguntas.

 

O que na alma de outros humanos

talvez seja um viveiro de trutas.

J. Alberto de Oliveira 


14.3.25

AINDA ME FALTA UM TRICICLO



Ainda me falta um triciclo 

ou bicicleta.


Um automóvel 

ou camião para atropelar


com arte 

e muita astúcia


a estupidez que infesta

os dias do mundo.

J. Alberto de Oliveira