Quando em
menino eu via um arco-íris ficava muito pensativo diante daquele desenho de
cores. Imaginava que ele se devia ao movimento dos anjos ou simplesmente era um
arco a levar água para as nuvens nos darem mais chuva. Só mais tarde nas coisas
que se aprendem na escola vim a saber o que é o arco-íris.
Mas não fiquei
muito contente com as explicações científicas.
Gostei mais de
um brevíssimo conto plausível de Carlos Drumond de Andrade. Diz que um dia viu
uma tapeçaria onde havia duas cabeças comunicantes, de cujas bocas saem sopros
coloridos que, juntando-se, formavam um arco-íris.
Conta o poeta
brasileiro:
E quase a
concluir esclarece:
“As
confidências são altas, não porque se exprimam em tom de voz elevada; são altas
em si, pela importância do significado, pelo conteúdo patético da
informação, que só a cor pode captar bem e, bem captado, se transforma em som,
mas só para ouvidos especiais.”
J. Alberto de Oliveira