A
minha origem natal começou por um objecto. Por uma chave que me foi dada para
abrir e fechar todas as portas. Valia por sete. Era uma chave rara e benigna, semelhante
àqueles três versos escritos num livro de poesia:
O afecto luminoso
ensina a ver
o que em ti é precioso.
Esquecia-me
de dizer que a chave nunca abriu nem fechou a cancela
dos
passos de quem ia e depois vinha.
Sempre
a deixámos entreaberta.
J. Alberto de Oliveira