5.5.21

DEPOIS DO INVERNO


 

Ainda me lembro da jubilosa manhã

em que vi

a primeira rosa que floria depois do inverno.

 

A caminho da escola havia frescura.

 

Arranquei à rosa uma pétala orvalhada.

Limpei as gotas do relento.

 

Abri ao acaso o meu livro de leitura

e fechei-a ali dentro

no silêncio  das palavras que aprendia.

 

Depois do inverno

talvez tudo seja mais verdade que mentira.

 

Improváveis sejam as palavras

e as rosas que ainda soletro.

J. Alberto de Oliveira