12.7.12

A NATUREZA DA ÁGUA




Para beber a natureza da água
ouve primeiro um segredo.

Intui os sentidos da boca ávida
ou sonha perto do silêncio.

No dialecto arcaico da infância
depura as imagens que lês.

E soletra docemente,
soletra muitíssimo devagar

o causa preciosa e amante
da lídima natureza da água.

J. Alberto de Oliveira - ENTREPOEMAS (2014) – poema corrigido








11.7.12

PRELÚDIOS DE LEITURA







1-
Pode o segredo
sair de si mesmo

e pousar nos olhos
enquanto dormes?

2-
Em forma de lenço
aberto ao vento

o sangue me alumbra.

É coração de estrela 
a rubra cor de outubro.

3-
O relâmpago invisível
rasga as telas da vida.

Soletrada em contraluz
a poesia alucina

as águas de leitura.

J. Alberto de Oliveira