17.4.24

SÔBOLOS RIOS QUE VÃO

 


Sôbolos rios que vão

por Babilónia, me achei,

onde sentado chorei

as lembranças de Sião

e quanto nela passei.

Ali o rio corrente

de meus olhos foi manado,

e, tudo bem comparado,

Sião ao tempo passado,

Babilónia ao mal presente.

[...]

Luís Vaz de Camões


9.4.24

PALAVRAS INÉDITAS


 

Seria uma ideia minha

ou foi uma evidência

aquele retrato distinto?

 

Um retrato aberto

ao incisivo silêncio

de palavras inéditas.

 

De tão leves e perfeitas

como dizê-las num verso? 

J. Alberto de Oliveira


16.3.24

OS SENTIMENTOS DA MÚSICA





Preclaras e distintas

são as estrelas de viena.

 

Em todos os violinos

ouve-se uma cadência

 

a alumiar os tempos.

 

Com frases musicais

se apura o dialecto do ar.

 

Beethoven e Mozart

transmitem de rua em rua

 

os sentimentos da música.

J. Alberto de Oliveira



4.3.24

A NOSSA ARTE


 

A arte do lusíadas, ou por assim dizer, a nossa arte, deve-se ao movimento dos ventos e das grandes águas que nos levaram “por mares nunca de antes navegados”, dando “novos mundos ao mundo”, no sentido épico de Camões.

J. Alberto de Oliveira


23.2.24

POESIA

 

                                                                                                          Desenho de Manuela Barbosa


J. Alberto de Oliveira nasceu em Santo Tirso, em 1945. Cursou Teologia. Franciscano, poeta e professor (aposentado).

Legente da intimidade musical. Escreve para, muito simplesmente, apurar a cadência do verso que falta ouvir. Muito cedo, aprendeu a dizer de si para si: “a conjura da sensibilidade e do pensamento, por vezes, faz de mim um clandestino que não sabe onde está”.

A deiscência acontece quando a alma e seus sentidos ficam disponíveis para a liberdade livre.

Emblematicamente – super foetida flumina.

 

Com o nome José Alberto de Oliveira publicou (poesia):

Alegria Irrecusável – 1974

Nos Vidros da Noite – 1983

A Ilha dos Amores – AJHLP, 1984 (obra colectiva)

 

Com o nome J. Alberto de Oliveira (poesia):

 

A Água do Nome – Edições Afrontamento, 1998

O Som Aproximativo – Edições Afrontamento, 2005

Palavras Escolhidas – Cadernos Nó Cego (1), 2005 (plaquete, fora de mercado)

No Linho Verbal – Cadernos Nó Cego (2), 2006 (plaquete, fora de mercado)

7 X 7 Versos – Cadernos Nó Cego (3), 2008 (plaquete, fora de mercado)

O Anjo Inefável – Cadernos Nó Cego (4), 2012 (plaquete, fora de mercado)

Entrepoemas – Edições Afrontamento, 2014

O Mês Maio da Mãe – C.Art – 2015

Das Varandas de Ver – Cadernos Nó Cego (5), 2017 (plaquete, fora de mercado).

Manu Scripta – Antologia de Poemas Manuscritos (obra colectiva), Ed. Glaciar, 2018

O Triunfo da Música (Poemas com desenhos de Luandino V. – plaquete, fora de mercado), Ed. Porta Treze, V. N. Cerveira, 2019

 

Em espera:

A Tela Tangível (poesia)

Gramática de Versos (poesia)

Num Pé d’Água (poesia)


Desenho de Manuela Barbosa


12.2.24

OS ANJOS DO POETA


 

OS ANJOS DO POETA

       para Alícia

 

Não são as cinzas do tempo.

 

São os anjos do poeta

que assediam os muros da casa.

 

E quando menos se espera

entram pela janela adentro

 

pedindo alguns versos para ficar.

J. Alberto de Oliveira


6.2.24

O CORAÇÃO DO SOL


 

O que falta nos meus olhos

para que eles possam ver

 

o coração abrasivo do sol?

J. Alberto de Oliveira