Não sei desenhar rostos nem objectos,
apesar de a minha professora das coisas
primeiras
nos ensinar a fazer cópias de uma bilha
bojuda,
com formas e beleza da ternura.
Hoje, eu daria tudo para ver os meus primeiros
exercícios de desenho.
Que me fizeram às cópias da bilha de barro?
Onde anda a bilha bojuda?
E o lápis?
Perdeu-se pelos caminhos da escola?
Eu daria tudo para ter aquela bilha de barro e
dela beber água pura.
Eu amo a bilha.
Amo-a tanto, que até sei que o amor se faz do
mesmo barro da bilha
que eu desenhava na minha escola antiga.
J. Alberto de Oliveira