Perdi a
lucidez e deixei o sono entrar.
Vi a água em forma
de chuva a deslizar pelo teu corpo todo.
Nos movimentos
não havia pressa nem temor.
A tua boca
tinha a moldura e o tamanho de um segredo.
O lugar da
casa parecia minúsculo e propício ao não sei quê.
Com a leveza
de folha no ar deitaste água num copo.
À minha beira
te sentaste enquanto durou a confidência.
Depois foste dar
de beber a uma estrela inacessível.
Fiquei mudo e
só
para saber se
eras uma causa ou efeito da memória.
J. Alberto de Oliveira