Se puderdes trabalhar por mim, dai-me de comer e deixai-me pensar
aquilo que nem imaginais.
Deixai-me soletrar o que nem ousais dizer.
Possa eu adivinhar o que nunca haveis de ouvir.
Tenha eu o tempo propício para ver o limiar do invisível e sonhar o nada
que é evidente.
E quando eu tiver fome, trazei um naco de pão, ó companheiros do mundo.
(Texto escrito enquanto ouvia Khatia Buniatishvili ao piano na Casa da
Música, no dia 06/10/2019)