No
tempo em que os animais falavam
não
havia escrita.
Não
havia letras nem lápis nem papel.
Só
existia a caligrafia do vento
nas
folhas das árvores
nas
areias do deserto
nas
ondas do mar
no
estremecer luzente do orvalho.
No
tempo em que os animais falavam
os
bichos conheciam as ideias dos humanos
e
diziam tudo o que pensavam acerca de nós.
Como
os animais já não falam
triunfam as fraudes e bazófias.
J. Alberto de Oliveira