Há tempos comecei uma nova tarefa:
reunir as palavras
ditas pelas mães agarradas à
sonoridade exaltante dos filhos.
No meu caderno de papel almaço vou
anotando figuras,
pequenas imagens, frases silvestres,
metáforas altivas.
São textos que não publico nos jornais,
não escrevo na madeira,
não sarrabisco nos muros do mundo, não
soletro no escuro.
Transcrevo tudo o que a luz me dá a ver
no verbo das mães à mistura com as
profundezas de ser.
J. Alberto de Oliveira
Desenho - Alberto Péssimo