OS PRIVILÉGIOS
DA POESIA
para Eugénio de
Andrade
Quando
falava seu rosto
alumiava
o próprio nome.
Ditava
segredos
difíceis
de escrever.
Soletrava
muito devagar
mas
eu nada entendia.
Com
leveza recitava
um
não sei quê.
O
que seu rosto dizia
talvez
fossem
os
privilégios da poesia.
J. Alberto de Oliveira
Imagem: Eugénio de Andrade por Jorge Ulisses (1980)
Imagem: Eugénio de Andrade por Jorge Ulisses (1980)