Obrigado, C.
Que bem me fez o texto!
Ajudou-me a pensar, a
entender as inúmeras irritações que entristecem
quando estou diante de uma obra
de arte excelente: paisagem, música, texto, pintura, rosto, arquitectura.
Eu estremeço de ira quando me
perco no clarão da obra
e há gente por perto,
à minha volta, com posturas
de impostura e maneiras
de imparáveis passageiros.
Essa gente tira-me de mim.
Eles não sabem o que é o
silêncio, a quietude, a interioridade.
Eles não sabem como se estabelece,
entre a delicadeza da alma
e o interior do fulgor,
uma furtiva corrente de fogo.
J. Alberto de Oliveira
Imagem: Duane Michals Ludmilla Tchérina,