S. Francisco de Assis falava outrora
Às aves e às ervinhas, triste e só…
Se tudo quanto vive, sofre e chora,
É a mesma alma eterna, o mesmo pó!
Por isso ele sentia pena e dó
Por tudo quanto doira a luz da aurora,
E não bebeu no poço de Jacob
Aquela água de vida redentora.
Irmão morte, irmão corpo, irmãs ervinhas!
Ó pedras! Ermas fontes pobrezinhas!
Lobos, uivando à lua, em erma serra!
Quanto vos amo em Deus! E sinto bem
Que esta terra que eu beijo é nossa mãe
E que a sombra de Deus anda na Terra!
Teixeira de Pascoaes
Fotografia: J. Alberto de Oliveira